domingo, 20 de janeiro de 2013

São Sebastião: intercessor do Rio de Janeiro há 447 anos


Vinte de janeiro, dia de São Sebastião, Padroeiro da cidade do Rio de Janeiro. Após a trezena em homenagem ao Santo, o dia dedicado à memoria litúrgica deste jovem discípulo de Cristo começou com Missa na Igreja de São Sebastião, na Tijuca. O local, administrado pelos frades capuchinhos, é conhecido por guardar três relíquias da cidade Maravilhosa: a pedra fundamental, que deu origem ao Rio de Janeiro, os restos mortais de Estácio de Sá e a imagem do Santo Padroeiro que teria sido trazida pelo próprio Estácio de Sá para a fundação da cidade. Este ano porém, os festejos tiveram uma motivação especial. As relíquias de Odetinha, agora Serva de Deus, também foram levadas até a Igreja de São Sebastião e ficaram expostas durante a Missa.

Vestidos de vermelho, com flores, com fitas ou simplesmente de coração aberto para receber uma palavra de amor e reafirmar a fé que mantém no São Sebastião. Desta forma os fiéis lotaram a Igreja dos Capuchinhos em uma bela celebração presidida pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta e concelebrada pelo Bispo de Itaguaí e frade capuchinho, Dom José Ubiratan, pelo Pároco da Igreja de São Sebastião, Frei Paulo Roberto, pelo Vigário Episcopal do Vicariato Norte, padre Claudio dos Santos e pelo Vigário Episcopal para a Vida Consagrada, Dom Roberto Lopes.

São Sebastião é a personificação daquele que confia em Deus e que Nele sempre poderá confiar. O mártir preferiu, primeiramente, ser soldado de Cristo a ser soldado do imperador. Por isso, foi condenado às flechas, mas não morreu e continuou sua vida de evangelização, até ser condenado novamente. Seu exemplo perpetua através dos séculos e está enraizado na história do município de São Sebastião do Rio de Janeiro, cidade que leva o seu nome.

Para a devota Rossana Rodrigues de Souza o padroeiro é um intercessor:

— Sou devota de São Sebastião e de São Francisco de Assis. Já participei dos festejos aqui nos Capuchinhos outras duas vezes e hoje vim especialmente pedir pela minha saúde. Estou com um problema no joelho e vim pedir para que São Sebastião interceda pela minha cura", contou.

Por toda a Igreja o que se via eram verdadeiras demonstrações de fé. Pessoas que desde cedo participaram da missa, pessoas que vieram de longe para oferecer flores ou ascender velas à São Sebastião. Ajuiara Souza participou da missa das 8h, mas afirmou que também ficaria para a solenidade das 10h, presidida por Dom Orani.

- São Sebastião representa para mim uma grande força, nunca deixo de estar presente neste dia dedicado a ele, disse.

Durante a acolhida aos fiéis, Dom Orani ressaltou o dia de São Sebastião como uma oportunidade de agradecer o exemplo do santo:

—  Desejamos a todos que esse dia também seja um momento de agradecer a Deus por este grande dom que é o exemplo de São Sebastião: um homem de Deus, que viveu o Evangelho, colocou em prática a palavra de Deus, deixou-se conduzir pela ação do Espírito Santo e é exemplo para todos nós de como Deus age e atua nas nossas vidas. (...) E um aspecto muito bonito deste ano é que aqui na Igreja onde guarda sinais muito importantes da nossa história: a pedra fundamental, a imagem história de São Sebastião, temos hoje a presença também dos restos mortais de Odetinha, a primeira Serva de Deus carioca, cujo processo de análise da sua vida, de suas virtudes, começou na última sexta-feira, lembrou.

À luz do Evangelho, Dom Orani falou sobre o privilégio de começar o ano com os festejos de São Sebastião e lembrou que tanto o jovem mártir quanto a Serva de Deus Odetinha, são exemplos de que Deus chama à santidade:

—  Estes exemplos nos ajudam a ver que a santidade não está longe de nós e não está distante da história. A santidade está muito próxima de nós e de nossas vidas. Todos nós somos chamados a sermos Santos. Muitas vezes cabe aos pais repassar os dons da fé aos filhos. Estes dons fazem com que sejamos capazes de fazer o bem aos outros, trabalharmos pelo em comum, termos um coração voltado a perdoar, a amar o próximo, como foi o caso da Odetinha. Neste ano da juventude, que coroa o Ano da Fé, o Senhor nos faz ver esse jovem soldado do império romano, São Sebastião, com seu exemplo e sua firmeza na fé como alguém que anunciou e continua anunciando para que sejamos firmes na fé, testemunhando Jesus Cristo ao mundo de hoje porquê nós encontramos Nele a nossa vida, afirmou.

Após a missa, os fiéis puderam se aproximar da urna com os restos mortais de Odetinha. Muitos aproveitaram o momento para orar ou oferecer flores e mensagens à Serva de Deus. A urna permanecerá na Igreja até ás 16h, horário em que sairá a procissão em direção à Catedral Metropolitana. As relíquias da Serva de Deus serão levada durante a procissão.

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