Comemorado desde a década de 90 junto à Solenidade de Cristo Rei, o Dia Nacional do Cristão Leigo, instituído por determinação do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, é uma forma de ressaltar o leigo como um dos pilares da consolidação da Igreja.
Segundo o documento Lumen Gentium, do Concílio Vaticano II, “por leigos entendem-se todos os cristãos que não são membros da sagrada Ordem ou do estado religioso reconhecido pela Igreja”. Ou seja, são aqueles que foram batizados mas que não receberam nenhum ministério como os bispos, padres e diáconos. Iguais em dignidade, os leigos estão, a seu modo, a serviço do povo de Deus, na Igreja e na sociedade. O Concílio Vaticano II resgatou o papel fundamental dos leigos como membros do povo de Deus e protagonistas da Evangelização e da promoção humana. Segundo a coordenadora arquidiocesana do Conselho de Entidades e Movimentos Arquidiocesanos de Leigos do Rio de Janeiro , Ana de Sá, cabe aos leigos assumir o batismo e ir ao mundo anunciar a Palavra de Deus.
— Devemos assumir nosso batismo. Nós, do CEMAL, buscamos articular os movimentos, pastorais e entidades para mostrar a nossa identidade no mundo porque, na verdade, o lugar do leigo não é dentro da Igreja. A gente vai à Igreja para receber graças, forças, para depois irmos para o mundo. É no mundo, na sociedade, que devemos buscar a nossa cara. Mas é difícil, afirmou.
A data relembra ainda a condição incorporada a Cristo pelo Batismo, pelo qual os cristãos fazem parte do mistério de amor que é a relação de Deus com sua Igreja. Celebrar o Dia do Leigo é também uma forma de orar pela vocação laical, muitas vezes esquecida, fortalecer a fé individual de cada um e estimular o compromisso dos leigos no serviço a Deus.
O próprio Papa Bento XVI, por ocasião da 6ª Assembleia Ordinária do Fórum Internacional da Ação Católica, que aconteceu em agosto desse ano, fez uma reflexão sobre o papel dos leigos na Igreja e afirmou que “a corresponsabilidade exige uma mudança de mentalidade no que diz respeito, especialmente, ao papel dos leigos na Igreja, que não devem ser considerados apenas “colaboradores”, mas corresponsáveis do ser e do agir da Igreja”. Nesse sentido, o Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro e animador do CEMAL, Dom Roque Costa Souza, afirmou que o leigo é capaz de levar a Palavra de Deus ao mundo e assim contagiar as pessoas em diversos lugares:
— Buscamos a formação, o entender do mundo de hoje e percebermos que estamos inseridos numa realidade e que devemos levar a cultura do Evangelho a todos os ambientes. O leigo não deve ficar apenas sentado nos bancos da Igreja, mas deve se organizar em pastorais, procurando desenvolver um trabalho, um serviço da Igreja, não só no campo social, mas atingindo outros que estão em tantos lugares, que precisam também ser “cutucados”. Ser leigo não é só receber os sacramentos, mas viver os sacramentos no mundo. É trazer essa experiência de viver em comunidade procurando o próprio desenvolvimento da espiritualidade e não ficando apenas para si, mas indo a todos os ambientes. Dessa forma, é possível levar a Palavra, contagiar as pessoas, em tantos lugares, que precisam ver a luz. E essa luz do Evangelho é a luz que nós levamos, concluiu.
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